A abordagem triangular colocada em prática


 Dentro da disciplina de Metodologia do Ensino de Arte, aprendemos que existiram e existem várias metodologias pedagógicas para o ensino, como o tecnicista, a escola nova, a tradicional, a pedagogia triangular, a metodista. Neste texto, trago um exemplo de apenas uma dessas metodologias que vivenciei, dentro de sala de aula, mas que por sua vez não era aluna, mas sim observadora.
Uma das experiências que tive dentro de sala de aula foi um grande exemplo da pedagogia triangular, proposta criada por Ana Mae Barbosa. A temática era cultura indígena e de começo a professora introduziu este tema perguntando para os alunos, do 1º ano do ensino infantil, sobre quem foram os primeiros à morarem no Brasil, e como eles eram, etc. Depois, exibiu imagens e vídeos de diversas tribos e suas diferenças entre si, mostrando os grafismos e as tradições de cada etnia, os ensinando as regiões em que cada tribo mora até hoje. Em seguida, trouxe em sala o livro "Você lembra, pai?" escrito por Daniel Munduruku, que contava sua infância, e com isso pediu para as crianças compararem as vivencias do autor com as próprias. Logo depois, mostrou adereços indígenas como acessórios, cocares, flechas, chocalhos, etc., dizendo de qual etnia cada objeto pertencia, mostrando as diferenças entre elas e os estilos que os identificava. Então, passou para a prática pedindo para as crianças desenharem em um molde de rosto diversos grafismos indígenas. Uma outra atividade a partir dessa foi eles aprenderem que os grafismos são feitos através de pigmentos naturais, e então, os alunos pintaram com pigmentos originados do açafrão, urucum, abacate e carvão.
A partir dessa análise de ensino, posso enxergar a pedagogia triangular devido as três etapas bem evidentes. Sendo elas a contextualização, a análise, e o fazer artístico. Quando a professora mostra imagens e relatos de indígenas, junto com o livro, ela está de certo modo fazendo uma contextualização do tema. No âmbito da análise, é possível encaixar o contato que os alunos tiveram com os adereços indígenas, como também a conversa depois do livro podendo trazer essa cultura mais para perto da realidade de cada um. No fazer artístico vejo bastante eficácia nos campos de conexão entre o que foi observado e aprendido com a imaginação e interesses de cada um, como por exemplo nas cores usadas ou as linhas dos grafismos sendo mais puxadas para as espirais ou retas.

Texto escrito por Gabriela Barbano, baseado na experiência que teve no PIBID, na escola municipal de Uberlândia Afrânio Rodrigues da Cunha, para a disciplina de metodologia do ensino de arte da UFU, 2019.



 




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