A educação escolarizada
A escritora e cineasta Carol Black, lançou em
2010 o documentário Escolarizando
o mundo: o último fardo do homem branco, uma crítica à
educação ocidental que tem sido instalada no sudeste asiático. O documentário
se inicia e se encerra com uma musica chamada Little Boxes (Caixinhas), de Malvina Reynolds. Levando-nos
a questionar esse modelo de educação em caixinhas, que tende a globalizar a
educação.
Em uma primeira observação, ele expõe e denuncia
o processo de etnocentrismo, a dominação quando uma cultura se sobrepõe a outra,
evidenciando a cultura ocidental. Revela-se sempre a vontade de redução da
diferença e da alteridade. Levando a uma homogeneização da cultura, causando
danos muitas vezes irreversíveis àqueles indivíduos. Isso pode se assemelhar a
missão dos propagadores militantes da fé cristã em contato com os indígenas,
esses missionários percebiam a diferença do outro, colocando-o em uma posição
inferior a sua e por esse motivo em certo grau de otimismo obrigava a
transformação do outro até se igualar ao padrão que lhes é imposto.
É necessário entender o método de estudo ocidental,
de educar todos aos seus modos, a se encaixar todos a um mesmo padrão de
ensino, assim, desconsiderando todo um contexto cultural do indivíduo. Ensinar as
crianças a ouvir e reproduzir, semelhante ao ensino das escolas Tradicionais. Um
padrão de ensino que se ergue as bases do capitalismo, que tem intensão de
formar produtos, com uma ênfase no sucesso material, em “se dar bem na vida”,
um pensamento de que a educação poderia assegurar uma boa vida. Com isso muitos
povos embarcam nesse processo que não lhes são próprios em nome de um ideal de
construir uma sociedade progressiva, racional, propagado pelo Estado.
A educação pode ser transformadora, mas é preciso
entender que não existe uma cultura una, que todo indivíduo tem suas
particularidades até mesmo em uma sala de aula com alunos da mesma região, cada
um deles vira de um contexto diferente e compreender essas diferenças se faz
necessário para que assim se evite entrar no processo de universalização da
educação.
“Caixinhas na ladeira
/ Caixinhas, todas iguais. / Há uma cor-de-rosa e uma verde / E uma azul e uma
amarela / E todas elas são feitas de material barato / E todas elas parecem a
mesma coisa
E as pessoas nas
casas / Todas foram para a universidade / Onde foram colocadas em caixas / E
saíram todas iguais / E há médicos e advogados / E executivos / E são todos
feitos de material barato / E todos eles parecem a mesma coisa
[…]
E todos eles têm
crianças bonitas / E as crianças vão à escola / E as crianças vão ao
acampamento de verão / E depois para a universidade / Onde são colocadas em
caixas / E todas saem a mesma coisa
E os garotos entram
para os negócios / E se casam e criam uma família / Em caixas feitas de
material barato / E todas parecem a mesma coisa”
Cinenciatura (01/05/2019)
Texto: Eduarda de Lima Suzumura Catita
Texto: Eduarda de Lima Suzumura Catita
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